As 80h semanais e o pato que o trabalhador vai pagar
Hoje a industria deixou entender que é a favor de uma jornada de 80h semanais (Fonte). E isso me fez pensar. Lembrei que tornou emblemática a imagem das manifestações onde um grande pato amarelo exibia a frase "não vou pagar o pato". Só que quem estava falando era a FIESP: um sindicato de patrões.
OS PODEROSOS NÃO PRETENDEM PAGAR PELA CRISE.
Afinal de contas os salários dos políticos e magistrados só fez aumentar recentemente. Os "patrões" aumentam seus preços, mas poucos falam de diminuir sua "meritocrática" arrecadação de lucros e discursam sobre a crise para não dar aumento aos funcionários
Mesmo que tenha sido mal compreendida, como alegam algumas mídias (fonte), a citação do presidente de Confederação Nacional das Indústrias é um lembrete de quem vai "pagar o pato", e vai ser o trabalhador.
Afinal de contas, a inflação alta, aumento dos juros e outros fatores tiram o poder aquisitivo do brasileiro médio, que economicamente desempoderado, vê sua mão de obra ser desvalorizada.
Até por que, na tal "crise", o trabalhador deve reclamar menos, afinal de contas trocar de emprego já não parece ser uma possibilidade. Fazer umas horinhas a mais sem receber? Se torna quase uma obrigação. Aumento de salário? Se você estiver insatisfeito, que procure um emprego melhor - e fazem questão de lembrar que geralmente não há um emprego melhor.
Por isso o trabalhador não deve se assustar se o patrão, "por engano", sugerir aumento da jornada de trabalho, principalmente se for sem aumento de salário. Afinal de contas, alguém tem que pagar esse pato... Alguém que não sejam "eles".
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