A mensagem oculta na aprovação da PEC 241
A aprovação da PEC 241 simboliza o fato de que saímos de um governo extremamente populista e, porque não, popular (ao menos na era Lula), para o que parece ser um governo austero que tem prioridades extremamente claras: a solução da crise econômica.
Mas não sejamos inocentes.
O governo do PT realmente deixou o país no vermelho com direito a trocadilho de esquerda e tudo mais. No entanto seria muito inocente acreditar que o "experiente" Michel Temer como a mídia vende quer resolver a situação apertando o cinto para todo mundo.
O cinto vai apertar pra quem grita mais baixo, ou seja, o povo!
O governo Temer tem que rebolar entre a impopularidade com o povo, e as exigências políticas de seus aliados, que são realmente capazes de inviabilizar a dita "governança" do presidente e sua possibilidade de intervir nesta crise.
No entanto, é necessário ressaltar que o próprio governo do PT andou nessa "corda bamba" no início de seu governo. Afinal de contas, ser "populista" envolve o ato de agradar a todos. O problema é que a população mais pobre fica feliz apenas com a garantia de direitos básicos...
...A elite poderosa, não.
Portanto, é sábio presumir que para chegar ao poder o governo do PT fez muitas concessões. e mesmo levantando a bandeira da austeridade, o PMDB também fará!
Não estamos aqui pra discutir a legitimidade ou a moralidade do "golpe", mas precisamos pensar em quem ele vai atingir. O fato é que o povo está mais politizado, no entanto será que é o suficiente para reagir a organização dos poderosos? Lembramos que, o mesmo povo "politizado" do qual falamos reelegeu o impopular governo Dilma, que em 2014 (ano da eleição) tinha cerca de 31% de aprovação.
Mas fica claro que corremos o risco de trocar um estado que de fato está "inchado" e que passa por uma crise que é real, por um extremamente "seco" que privilegia apenas "os amigos do rei".
Vivemos numa época em que os políticos acham que é mais bonito "gerir" do que governar. Todo mundo achou bonito quando o prefeito de Nova York bancou sua campanha do próprio bolso, porém, esse idealismo meritocrático que faz o povo acreditar que precisamos mais de "gestores" do que de "representantes políticos do povo" é inviável no Brasil por culpa da nossa própria cultura.
Uma prova disso é que, já foi dito hoje que a mulher do prefeito eleito de São Paulo, João Dória, o "anti-político", o futuro "Gestor" de São Paulo recebeu verba da Lei Ruanet para expor seus quadros em Miami.
E por fim, lembre-se que o mesmo governo que quer cortar um braço para sair da crise, deu aumento para si e seus amigos no começo do ano.
A crise é real, e precisa ser resolvida. Mas a austeridade econômica é pra quem? Precismos lembrar que os gestores, os grandes empreendedores, os empresários são os mesmos que, diante da queda de seus lucros, ao invés de apertar o próprio cinto demitem os trabalhadores para "reduzir custos" e fazem que os que restam trabalhem em dobro sem receber nada a mais por isso.
Sim, o governo precisa cortar gastos. Mas ao invés de se opor ao corte cegamente, a oposição podia ter garantido mais subsídios para o que é importante.
Ao invés de espernear como crianças que ficam sem sobremesa, a oposição perdeu a chance de negociar um prazo menor para a revisão orçamentária, ou mesmo a possibilidade de alocar mais gastos para saúde, educação e assistência social conforme o cenário melhorasse.
Novamente, o Brasil perde por falta de razoabilidade.
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