Sensitivos Anônimos - Conto republicado!

John "Devil" Pope, o autor de Sensitivos Anônimos, foi um cara que eu conheci na época de ouro do Facebook. Sim, estamos velhos, nem existe mais isso. Sinceramente, eu não sei nem se esse é o verdadeiro nome dele, porque nos fórums de literatura do face onde a gente trocava ideia seu apelido era, na verdade, “Devil Pope”, ou, na língua de Camões, o “Papa do Diabo”. Assustador, não? Isso se dava porque ele escrevia histórias de terror com seu avatar que era um desenho Mick Jagger com chifrinhos.

Um verdadeiro canastrão, muitas vezes misógino (como todo velho idiota), mas que tinha um carinho especial pelas travestis, não sei porquê, ele adorava ofender os adolescentes (da época) nos grupos de escritores, falando besteiras impronunciáveis, palavrões e esses adolescentes pareciam adorar ele exatamente por isso. É o tipo de artista que votaria no Bolsonaro, apesar de não ter como a gente saber disso hoje porque tem uns 10 anos que eu não falo mais com esse babaca e nem sei se ele está vivo.

Eu ajudei ele a publicar suas coisas no Wattpad e na Amazon e me lembro dele ter dito que passou um fim de semana inteiro mexendo em velhos baús para achar as cópias das “zines” (revistas independentes e/ou amadoras) e as edições de editoras baratas onde seus livros tinham sido publicados. Eu pesquisei, e não existe nenhum traço de publicação registrada no nome de Pope até hoje. Era tudo coisa antiga, coisa pequena. Antigamente existiam muitas revistas, jornais clandestinos, pois, pasmem NÃO EXISTIA INTERNET, devemos lembrar. Então ter uma zine, ainda mais em cidades como o Rio ou São Paulo, não era coisa difícil.

Ele dizia que seu pai era inglês, um marinheiro (típico) e sua mãe brasileira. Quando seu pai aparecia, o que era raro, trazia revistas e livros do velho mundo, o que o incentivou a ter o hobby (ele chamava assim) de escritor. Eu acredito que ele era algum tipo de funcionário público federal, herdeiro ou gente com a vida boa. A gente falava de viagens, de literatura desconhecida, foi ele quem me indicou Lovecraft.

Em fim, estamos tentando ressuscitar os textos desse cara pra ver se ele reaparece. Antes de sumir ele me disse literalmente que eu podia fazer o que eu quisesse com sua arte, então tá aí, estamos republicando alguns de seus textos com severas alterações, é claro, porque afinal os tempos mudaram, mas não sem deixar o tom que o Pope tem: a visceralidade e a ironia. Nesses textos de terror você não vai ler sobre tripas, mas sim sobre o que faz elas pulsarem: ou seja, amor, sexo e sofrimento psicológico porque, como ele sempre dizia, “os verdadeiros monstros moram na parra das nossas cabeças”.

 SERVIÇO:

Sensitivos Anônimos de John D. Pope é uma narrativa sombria e intrigante que mergulha nos profundos dilemas da psique humana. Maria, uma mulher atormentada por visões perturbadoras desde a infância, encontra um refúgio inesperado em um grupo secreto que, como ela, lida com o sobrenatural. Ao longo da trama, temas como solidão, culpa e suicídio são entrelaçados com o grotesco e o místico, criando uma história visceral e intensa. Recomendado para leitores adultos, o conto contém cenas gráficas de violência, sexualidade e exploração psicológica, desafiando os limites da realidade e o impacto das experiências paranormais na vida cotidiana.

Aviso de conteúdo: Este livro contém material sensível, incluindo cenas de depressão com ideação suicida, violência gráfica e conteúdo sexual explícito. 

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