Editorial em 03 de nov. de 2024.
Eu escrevo "editoriais" nesse blog toda vez que decido mudar alguma coisa na forma em que publico textos por aqui e a posição polêmica que aqui defendemos geralmente é uma mudança no discurso, ou, ao menos, a intenção de mudar esse discurso.
Esse blog já existe há muito tempo. Tenho blogs desde a adolescência, o que parece uma evolução virtual da prática de escrever e publicar diários. Só neste domínio já devo ter uns 5 anos de história. Também já tive um blog no falecido "UOL Blogs" que se chamava "Paradígma Virtual" que alimentei na adolescência, mas ter um blog como meu site pessoal foi uma ideia que eu não me lembro quando ocorreu, mas foi depois da KBgames, uma startup de games (na época não existia esse nome) que desenvolvi com uns amigos da escola que também tinha seu próprio site e um blog no Wordpress.
Nessa época, todo texto que eu escrevia era de graça, livre e disponível para acessar para qualquer um que tivesse conexão com a internet. Foi nessa época que, mesmo sendo um autor independente muito jovem que tinha por única vantagem apenas o entusiasmo pelas ciências da computação, publiquei diversos contos em formato digital em plataformas como o Wattpad, na falecida Bookes, que além de permitir a publicação de textos, também fazia a novíssima (na época) "impressão por demanda" onde o um livro só é impresso se for comprado, opção de venda essa que só é possível pela tecnologia de impressão moderna.
Nunca vendi nenhum livro impresso, o que não foi uma frustração na época porque os acessos aos contos, as interações com os leitores nos comentários me mostrou que o que eu queria mesmo era ser lido. Ser lido é ter sua mente tocada pelo olhar do leitor, é compartilhar um sentimento que você acha que só você pode ter e descobrir que a maioria das pessoas têm o mesmo medo que você e que está "tudo bem". Escrever, assim como qualquer arte, nos cura da solidão que nós mesmos (com uma ajudinha do captalismo) inventamos em nossa cabeça.
Toda arte tem esse poder, esse poder de deslocar um pouco a realidade sem tirá-la do lugar, mas fazendo isso de uma forma que nos mostre um ângulo que nos faça ver que não estamos sozinhos no mundo, que sentimos os mesmos medos que sentia alguém na savana a 200 mil anos, ou num quarto escuro de um castelo medieval, porque nosso maior medo é ficar sozinho, ou pior, ser rejeitado. E a palavra escrita nos ajuda a nos conectar com o pensamento puro de qualquer pessoa que já viveu na face da terra desde que ela tenha deixado escritos para trás.
Por isso que desejo tornar, novamente, meus textos livres. Fáceis de baixar e acessar de qualquer plataforma possível. Na época eu curtia muito a interação que era possibilitada ao fazer isso. Então, aguardem que em breve teremos mais textos gratuitos aqui para que a palavra possa fluir e a gente possa, assim como os telepatas, trocar sentimentos e, sobretudo, entender um pouco mais sobre a realidade que nos certca ao dar ciência ao outro de que entendemos e acolhemos seus sentimentos.
Tiago da Silva Cabral
Volta Redonda, 04 de novembro de 2024.
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